Gostava que, um dia, soubesses que ainda hoje sinto falta do tempo em que adormecia agarrada a ti enquanto me beijavas a testa depois do último «amo-te» do dia.
Adorava que soubesses como são frias as noites em que ninguém tenta ocupar o teu lugar e como são ainda mais geladas aquelas em que o meu corpo arranja um refúgio, um outro alguém a quem se tenta unir mas a que não se consegue prender – talvez assim não tivesses ido embora. Talvez assim não tivesses deixado uma certa mágoa em mim, um espaço vazio que ninguém consegue preencher.
Dilaceraste o meu coração e a minha alma mas se voltasses talvez te perdoasse por saber que iria voltar a estar completa, que o vazio se iria preencher e que aquela mágoa iria desaparecer. Talvez por saber que iria ter as nossas noites de volta, os teus beijos e o teu «amo-te» mas sobretudo por saber que iria ter o teu corpo de volta. (E quem sabe o coração!)